A importância dos pais na educação dos filhos

Muitos pais devem se perguntar como agir de maneira a estimular os filhos a estudar. Não existe uma receita a ser seguida, mas atividades simples, como incentivar o filho a fazer a lição de casa e a ir à escola diariamente, providenciar em casa um lugar tranquilo para o estudo e comparecer às reuniões de pais, surtem grande efeito. Sempre lembrando que elogios na hora certa também são de grande valia. Segundo pesquisa do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) essas condutas costumam elevar as notas em torno de 15%.
“ Pesquisas mostram que nada é tão decisivo para um bom desempenho escolar quanto o incentivo dos pais para os estudos”.
Como podemos observar, a interferência adequada da família apresenta um grande impacto no progresso do aluno.
Alguns pais se angustiam também com a postura que devem ter diante das dúvidas que surgem nas tarefas de casa. É importante ressaltar que os pais não devem agir como professores. Cabe a eles chamar atenção para a leitura atenta dos enunciados, indicar fontes de pesquisa e estimular a reflexão sobre a questão. Nunca dar a resposta correta, e sim, incentivar o raciocínio.
Os pais devem participar, observar as tarefas, mas não de uma forma exagerada, pois a independência nos estudos também deve ser cultivada.
Segundo reportagem da revista VEJA de 5 de agosto de 2009, os pais brasileiros estão longe de figurar entre os mais participativos na rotina escolar. No Brasil, a porcentagem de pais que se dizem atuantes varia entre 20% e 30%.
Segundo a mesma reportagem, parte deste desinteresse seria devido à baixa escolaridade dos pais, que, por não terem desenvolvido o hábito de estudo, não podem transmiti-lo aos filhos.
Outra explicação para essa distância entre os pais e a vida escolar dos filhos está no pensamento do brasileiro de que a escola deve se encarregar sozinha do processo educativo. Visão, predominantemente, da América Latina.
Se o ambiente familiar é tranquilo, se há diálogo, afeto, estímulo, orientações quanto ao comportamento e possíveis correções do mesmo, ensinando-se a ouvir NÃO, provavelmente,
haverá uma melhor estrutura para enfrentar os desafios do futuro e se tornar uma pessoa melhor, sabendo lidar com possíveis frustrações.
Em contrapartida, se o convívio é em um ambiente onde só existam agressões, físicas ou verbais, onde tudo é permitido, onde não há estímulos nem orientações, provavelmente, haverá maior dificuldade nas relações que serão estabelecidas no futuro ou nas situações que serão enfrentadas.
Nas relações familiares da atualidade a liberdade passou a ser confundida com permissividade. As famílias vêm apresentando muita dificuldade em estabelecer limites em casa e assim delegam à escola tarefas que deveriam ser delas também. O limite é fundamental.
Muitas vezes, quando os pais não fazem sua parte, esperam da escola soluções milagrosas, mas é importante ter a consciência de que, na verdade, o trabalho deve ser realizado em conjunto: família, escola e aluno, cada um realizando sua parte e analisando a importância do seu papel no processo de aprendizagem.
Podemos fazer uma analogia com uma máquina, onde a família, escola e aluno seriam suas engrenagens. Se uma delas não funciona bem, irá comprometer o bom funcionamento desta máquina.
Apesar de ser um trabalho em equipe, é importante que a família se lembre de que ela é a primeira referência para a criança. É neste grupo social que ela aprende as primeiras relações e essa vivência é que construirá a base para outros relacionamentos no futuro.
DEVER DA FAMÍLIA:
1- "Ter livros em casa;
2- Reservar um lugar tranqüilo para estudos;
3- Zelar pelo cumprimento da lição;
4- Orientar, jamais dar a resposta certa;
5- Preservar o tempo livre;
6- Comparecer a reuniões de pais;
7- Conversar sobre a escola;
8- Monitorar o boletim;
9- Procurar o colégio, no começo do ano, a fim de saber as metas da escola para o período;
10- Não fazer pressão na hora de vestibular.”
(Revista Veja, 05 de agosto de 2009).
Andrezza Gonçalves Dornas (Psicóloga)
Setor de Psicologia do Colégio Diamantinense – Rede Pitágoras
Revista Veja, 05 de agosto de 2009.